
Apesar de a baleação com navios-fábrica ter sido proibida em 1979, a ameaça humana ao cachalote não desapareceu. O Japão adicionou o cachalote às espécies de cetáceos caçadas ao abrigo de baleação científica. Os produtos obtidos desta baleação científica acabam por ser vendidos em mercado aberto no Japão, país em que a carne de baleia é muito apreciada. Outras ameaças são as colisões com grandes embarcações, a prisão em redes de pesca, ingestão de resíduos sólidos como plásticos, derrames de hidrocarbonetos, despejo de resíduos industriais e a poluição sonora oriunda de operações de prospecção sísmica, sonares e tráfego naval.

Além dos seres humanos, apenas outro predador ataca os cachalotes: a orca. Grandes grupos de orcas, atacam frequentemente grupos de cachalotes fêmea, com as crias, tentando geralmente isolar as últimas com intenção de as capturar. As fêmeas conseguem, grande parte das vezes, repelir estes ataques formando um círculo em redor das crias e batendo as barbatanas caudais, de forma a evitar a entrada de qualquer orca na formação. Se o grupo de orcas for muito grande, até as fêmeas adultas podem ser mortas. Os grandes cachalotes machos não têm predadores.

Os cachalotes alimentam-se de várias espécies, em particular lulas-gigantes, potas, polvos e vários peixes como raias, mas principalmente de lulas de tamanho médio. Praticamente tudo o que se sabe sobre as lulas que vivem a grande profundidade foi descoberto a partir de exemplares encontrados nos estômagos de cachalotes capturados.
As histórias sobre batalhas titânicas entre cachalotes e lulas-gigantes que se crê atingirem até 13 metros de comprimento são, talvez, demasiado fantásticas, pois mesmo as maiores lulas-gigantes não pesam mais de 300 kg, em contraste com as várias toneladas de peso dos cachalotes caçadores mais jovens. Porém, pensa-se que as cicatrizes esbranquiçadas nos corpos de cachalotes são causadas por lulas. À medida que as populações de peixes de grande profundidade se tornam escassas devido à sobrepesca, as lulas gigantes são cada vez mais uma parte importante da dieta dos cachalotes.
O roubo de peixe-carvão-do-Pacífico e de merluza-negra de palangres levado a cabo por cachalotes é bem conhecido e está documentado, sobretudo no Golfo do Alasca. Acredita-se que este hábito é aprendido e passado a outros cachalotes dentro de um mesmo grupo ou às crias. Porém, a quantidade de peixe assim obtida é muito pequena quando comparada com as necessidades diárias de um cachalote.
Os cachalotes são comedores prodigiosos, podendo comer cerca de 3% do seu peso diariamente. O consumo anual total de presas pelos cachalotes em todo o mundo está estimado em 100 milhões de toneladas - um número superior ao consumo humano anual total de animais marinhos.
Os cachalotes respiram ar à superfície da água através de um único espiráculo em forma de "S". O espiráculo está situado no lado esquerdo da parte frontal da cabeça. Respiram 3 a 5 vezes por minuto quando em repouso, aumentando esta frequência para 6 a 7 vezes por minuto após um mergulho. O sopro consiste de um único e ruidoso jorro de água que pode elevar-se até 15 metros sobre a superfície da água, apontando para diante e para a esquerda com um ângulo de 45º.
A base da alimentação destas baleias são os cefalópodes, principalmente lulas, polvos e chocos, e ocasionalmente peixes.
Está, desde meados dos anos 90, em estado considerado vulnerável.
A gestação nos animais desta espécie dura cerca de 540 dias, 18 meses, findos os quais nasce uma cria.
Os cachalotes macho podem atingir os 18 a 20 metros e pesar até 70 toneladas, as fêmeas raramente ultrapassam os 12 metros e podem pesar até 40 toneladas.
Os animais desta espécie podem viver até perto dos 80 anos.
Os cachalotes nos Açores
Até 1984, e durante mais de duzentos anos, os cachalotes foram caçados nas águas à volta dos Açores. A relação secular dos açorianos com estes animais perdura, e desde sempre foi marcada por uma intensa luta pela sobrevivência e respeito pela "baleia". Hoje uma actividade de observação de cetáceos ("whale-watching") veio substituir a caça por uma forma pacífica de apreciar estes animais, no seu meio natural.
Os cachalotes são vistos com relativa facilidade nos Açores devido à proximidade da costa de zonas de grande profundidade, onde se alimentam. Estas zonas são zonas de congregação e parecem ser importantes para o ciclo de vida da espécie.
As zonas Norte da ilha de São Miguel Sul das ilhas do Faial e do Pico tem uma frequência relativamente elevada de animais desta espécie. Nesta área são encontrados cachalotes adultos, sub-adultos e crias, incluindo recém nascidas, não só em alimentação, mas também em sociabilização e descanso. É possível haja outras áreas dos Açores que desempenhem o mesmo papel, aparentemente importante, no ciclo de vida da espécie, dado que a actividade baleeira era realizada com sucesso em todo o Arquipélago dos Açores.
Por razões que se prendem com a necessidade de não incomodar os grandes cetáceos e por razões de segurança pessoal, não é possível mergulhar com estes animais. No entanto, pode observá-los a partir de plataformas flutuantes como barcos semi-rígidos, lanchas e catamarans propriedade de diversas empresas dedicadas à observação destes animais. Estas empresas seguem um código de conduta que impede a perturbação dos animais e contribuem para a sã convivência entre seres humanos e cetáceos.
http://ambilog2007.blogspot.com/2007/11/baleia-cachalote.html
http://web.rcts.pt/eb23lc/apanimais.htm
http://conscienciahumana.weblogger.terra.com.br/200507_conscienciahumana_arquivo.htm
http://bicharada.net/animais/animais.php?aid=242
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cachalote
http://www.horta.uac.pt/projectos/MSubmerso/old/200006/Cachalotes.htm
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