Esquilo é um pequeno mamífero roedor de corpo alongado com c
erca de 25 cm de comprimento. A cauda é comprida e com 22 cm de comprimento, levantada sobre a cabeça em forma de penacho e com pêlos abundantes, dispostos como a rama de uma pena. Os membros anteriores são mais curtos do que os posteriores e apresentam patas com 4 dedos, enquanto que os posteriores têm 5 dedos.Pesa cerca de 250 gr. A cor é variável de animal para animal e muda com o clima e estações do ano. No Inverno o pêlo é acastanhado com reflexos ruivos, misturado de cinzento no dorso ou na cabeça. O ventre é branco. Tem a visão, olfacto e audição muito apur
ados.
Durante o tempo quente dorme durante o dia e só sai da toca de madrugada e ao crepúsculo. Pressente as mudanças de tempo, nomeadamente, ficando muito inquieto e emitindo um assobio característico, que só emite quando está agitado. Consegue prever as tempestades com 12 horas de antecedência. Assim que o mau tempo começa, recolhe-se à toca.
Para construírem os seus ninhos usam os mesmos materiais do que as aves, sendo o seu interior atapetado por musgo.
Os seus principais predadores são as raposas, as aves de rapina e as martas. Às duas primeiras escapa com facilidade, escondendo-se em buracos onde aqueles não podem penetrar. Mas às martas é mais difícil de escapar, pois são igualmente muito ágeis e velozes, trepando com igual facilidade às árvores.
DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA
Apresenta uma distribuição paleárctica generalizada nas florestas europeias e norte-asiáticas, estendendo-se a sua ocupação a algumas ilhas do arquipélago japonês. Em Portugal, a espécie parece ter-se extinguido no séc. XVI. A partir da década de 80, indivíduos originários de Espanha começaram a ser observados no norte do país.
Actualmente já estão estabelecidos em áreas como o Parque Nacional da Peneda-Gerês. Na década de 90 foram introduzidos no Parque Florestal de Monsanto (1993) – área onde já apresentam uma distribuição generalizada - e no Jardim Botânico de Coimbra (1994).ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO
A espécie está incluída no Anexo III da Convenção de Berna. Em Portugal tem o estatuto de Rara. No nosso país, a morte por atropelamento é de alguma forma frequente. Como predadores naturais saliente-se o açor – perito em caçar em ambientes fechados – e a marta – uma ágil trepadora. No solo, raposas, genetas, gatos-bravos e domésticos, podem ser um incómodo. Em certos países, como na Rússia, o abate de esquilos para comércio da sua pelagem causou importantes quebras no efectivo da população. A nível internacional existe uma certa preocupação com o futuro da espécie. As doenças e a perda de habitat, bem como a sua fragmentação, têm contribuído para uma redução das áreas ocupadas. Mais relevante parece ser a competição com outra espécie, S. carolinensis, que, quando introduzido em áreas de ocupação de S. vulgaris, substitui este último ao fim de cerca de 20 anos. Este fenómeno é particularmente preocupante na Grã-Bretanha, onde nos últimos 50 anos a espécie desapareceu da maior parte da Inglaterra e do País de Gales. Em Itália a situação é igualmente preocupante, tendo o Conselho da Europa recomendado, em 1999, que fosse estabelecido um Programa Nacional de controlo e erradicação do S. carolinensis.

HABITAT
É um habitante das florestas de coníferas e compostas, que lhe permitem obter uma maior disponibilidade de alimento ao longo do ano. Encontra-se por vezes associado ao homem, sendo comum nalguns parques urbanos, chegando mesmo a construir ninhos nas nossas habitações. Nas florestas e bosques, constroem os seus ninhos junto ao tronco principal das árvores mais velhas - pois só a partir de uma certa idade é que as árvores produzem sementes – ou em bifurcações. Cada esquilo possui mais do que um ninho, sendo assim mais fácil encontrar um refúgio para escapar aos predadores.
Estes ninhos têm uma forma esférica, com cerca de 30 cm de diâmetro, e são construídos com galhos, penas, musgo, folhas e erva seca. Por vezes são utilizados buracos naturais nos troncos, ou ninhos abandonados por aves (e.g. pegas, gralhas, corvos e pica-paus). O ninho usado durante a reprodução é construído com maior cuidado e pode ser usado em diferentes anos.
ALIMENTAÇÃO
Esta espécie tem uma dieta generalista, essencialmente baseada em matéria vegetal. Os seus alimentos preferidos são frutos, sobretudo nozes e pinhões, as se mentes de coníferas e caducifólias.
Quando estas escasseiam, consomem cogumelos e outros fungos, raízes e flores, insectos, minhocas e ovos retirados do ninho de aves. As cascas de certas árvores fornecem-lhes um suplemento de minerais. Têm o hábito de armazenar alimentos, escondendo-os em buracos nas árvores ou, mais frequentemente, enterrando-os no solo. Um sentido olfactivo desenvolvido permite-lhes recuperar posteriormente os alimentos, que conseguem detectar até 30 cm de profundidade.
REPRUDOÇAO E MORTALIDADE
O acasalamento pode ocorrer no final do Inverno, durante Fevereiro e Março, e no Verão, entre Junho e Julho. Uma fêmea pode originar uma a duas ninhadas por ano; cada ninhada tem normalmente três ou quatro crias mas pode ter até seis. A gestação dura 38 a 39 dias. A mãe toma sozinha conta das crias, que nascem indefesas, cegas e surdas e pesando entre 10 e 15 g. O seu corpo encontra-se coberto de pêlo após 21 dias, os olhos e ouvidos abrem após três ou quatro semanas e desenvolvem todos os seus dentes até aos 42 dias. Os jovens esquilos conseguem comer alimentos sólidos após 40 dias, podendo após este tempo abandonar o ninho e encontrar comida por meios próprios; são no entanto amamentados até às oito a dez semanas.
UM ESQUILO-VERMELHO COM DUAS SEMANAS DE ÍDADE
Durante o acasalamento, os machos detectam as fêmeas que se encontram no estro através de um odor que elas produzem; embora não exista corte, o macho corre atrás da fêmea até cerca de uma hora antes de acasalar. É usual diversos machos correrem atrás da mesma fêmea até o macho dominante (normalmente o de maior envergadura) conseguir acasalar. Machos e fêmeas acasalam múltiplas vezes com diversos parceiros. As fêmeas têm de poss
uir uma massa corporal mínima até atingir o estro e as fêmeas mais pesadas produzem em média mais filhotes. Uma fêmea produz a sua primeira ninhada tipicamente durante o seu segundo ano de vida. A reprodução pode ser mais lenta se a comida for escassa.
O esquilo vermelho vive cerca de 3 anos, embora algumas espécies vivam até aos 7 anos ou 10, se em cativeiro. A sobrevivência tem uma correlação positiva com a disponibilidade de sementes durante o Outono e Inverno; em média, 75% a 85% dos jovens esquilos desaparece durante o primeiro Inverno e a mortalidade desce para 50% nos Invernos seguintes. MOVIMENTOS 
Os esquilos não são animais territoriais, podendo mesmo os ninhos ser partilhados por vários indivíduos, nomeadamente em condições climatéricas muito adversas. São animais diurnos, que passam perto de 2/3 do seu período de actividade no cimo das árvores ou arbustos. Têm dois picos de actividade: 3 a 4 horas após o nascer do sol e ao entardecer. A área vital média é de cerca de 7 ha, embora esta tenha que ser considerada
Tri-dimensionalmente. Como curiosidade refira-se que os esquilos são óptimos nadadores, tendo-se registado um deslocamento na água de 1,6 km.
SUB-ESPÉCIES
Existem mais de quarenta subespécies identificadas de esquilo-vermelho, mas o estatuto taxonómico de algumas destas é incerto. Um estudo de 1971 reconhece a existência de 16 subespécies e serviu como base para estudos taxonómicos posteriores.
· S. v. altaicus Serebrennikov, 1928
· S. v. anadyrensis Ognev, 1929
· S. v. argenteus Kerr, 1792
· S. v. Balcanicus Heinrich, 1936
· S. v. bashkiricus Ognev, 1935
· S. v. fuscoater Altum, 1876
· S. v. fusconigricans Dvigubsky, 1804
· S. v. infuscatus Cabrera, 1905
· S. v. italicus Bonaparte, 1838
· S. v. jacutensis Ognev, 1929
· S. v. jenissejensis Ognev, 1935
· S. v. leucourus Kerr, 1792
· S. v. mantchuricus Thomas, 1909
· S. v. meridionalis Lucifero, 1907
· S. v. rupestris Thomas, 1907
· S. V. vulgaris Lineu, 1758